quarta-feira, 16 de julho de 2014

Para Apeoesp, internação de aluno foi medida drástica, mas necessária

Depois de passar a noite na cadeia, foi levado nesta terça-feira (15) para a Fundação Casa o estudante detido por mau comportamento na escola, em Urupês (SP). O rapaz de 17 anos pode ficar até 45 dias internado por determinação da justiça. A medida dividiu opiniões na cidade, mas para a coordenadora da Apeoesp, sindicato que representa os professores, a decisão só é extrema para quem não vive a realidade das escolas. “Vejo como medida drástica, porém necessária, dada a crescente violência nas escolas, então é uma maneira de se coibir e que impere o respeito aos professores”, afirma a coordenadora Alaíde Nicoleti Pinheiro.

O juiz decretou a internação provisória do menor pelo prazo máximo de 45 dias. Isso está previsto no Eca, Estatuto da Criança e do Adolescente. No próximo dia 29 será a audiência de instrução e julgamento que vai decidir o futuro do menor. Ele poderá continuar internado ou ser encaminhado para outra medida sócia educativa.
Foi com base nos relatos dos funcionários da escola que o juiz tomou esta medida extrema. Segundo os professores, além de ofender e ameaçar, o estudante vinha causando problemas graves em sala de aula. Um boletim de ocorrência foi registrado na delegacia da cidade e, em um dos casos, o menor chegou a rasgar o livro onde são descritos os casos de indisciplina na escola.
Para a conselheira tutelar Marciany Delmondes só a internação do menor pode não resolver o problema. “Em algumas situações é necessária a internação, mas e depois? O que é oferecido ao adolescente, para a família, qual é o amparo dado para a família”, diz a conselheira. Os pais do adolescente não quiseram falar sobre a apreensão do filho.
O jovem deixou a cadeia de Novo Horizonte (SP) à tarde e já está na Fundação Casa de São José do Rio Preto (SP). Nesta segunda-feira (14), ele foi retirado de dentro da sala de aula por policiais que cumpriam uma ordem da justiça.
Uma jovem que não quer se identificar estuda na mesma sala que o rapaz. Ela diz que os professores viviam assustados com o comportamento do colega e que todos tinham medo. “Ele é muito agressivo com os professores, até no ponto de ir para a diretoria. Chega lá ele joga tudo para cima, chuta carteira, cadeira. Ele xingava, saía batendo porta, pulava o muro da escola”, diz a aluna.

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